Transição Capilar

Aqui está uma mulher que vive em mudança, constante transição. Todas as áreas da minha vida estão em transição.
Me direciono numa vida Cristocêntrica, isto mesmo, Jesus é o Centro, me esforço todos os dias para viver de acordo com os valores e princípios dele. Afinal, como mulher sábia, nada melhor do que agradar o seu noivo e marido.
você não sabia? Jesus o príncipe da paz, é o noivo da igreja e nada melhor do que namorar o príncipe.
E que Jesus tem a ver com transformação e principalmente transição capilar?
Te explico, em Romanos 12 e 02, Paulo (ah quando encontrá-lo no céu, vamos ter um tete a tete). fala sobre não nos conformarmos com este mundo, mais transformá-lo pela renovação da nossa mente.
Deus me criou assim: Baixinha invocada, riso solto e até escandaloso, olhos verdes e silhueta violão - mais para violoncelo hoje em dia. Quando minhas irmãs e eu brigávamos, e me chamavam de baleia, eu dizia - tudo bem, mas eu sou a única dos Lacerda que tem olhos verdes, sou a fusão de um branco com uma mulata. Nada mais típico  do que a miscigenação de raças no Brasil.
O cabelo é crespo, encaracolado, "C" é dominante sobre o "c", quem não lembra disso da aula de biologia, lembro perfeitamente quando minha querida e estimada professora Mary de biologia deu essa aula, que decepção, poxa vida não podia ser o liso dominante sobre o crespo? Confesso que diante do espelho vorazmente desembaraçando o cabelo reclamei em voz alta. "MAS TAMBÉM, MEU PAI TINHA QUE CASAR COM PRETA". E infelizmente minha mãe passava em frente ao meu quarto, nunca esqueço o olhar triste de minha mãe. Fico feliz que  me perdoou, assim que pedi perdão a ela.
Amo minha mãe, e essa coragem de mudança e de ir sozinha a lugares desconhecidos e 100% dela e não do papis ( te amo, tá pai). Mas, o fato é que esse cabelo dava trabalho e minha mãe não sabia e não tinha paciência de ajeitá-lo. Outra tristeza quando criança era ir para casa das tias Beth, Mariinha e Nicinha, todos os dias  desembaraçavam e penteavam, quem aguentava isso? Ou ir pra Casa da tia Tida, uma vez ela quis passar óleo de cozinha no meu cabelo, com a maior cara de paisagem ( e não de sonsa) eu disse: " tia, minha religião não permite". Apavorada ela contou pra minha avó, e essa ralhou com ela, "Tida, ela não quer é pentear o cabelo".
Essa é a segunda vez que tento uma transição capilar, mas porquê? simples, ando num processo de autoaceitação ( um que chique, ampliando meu vocábulo, thanks Maria Alice, a "profs"mais linda de português de todos os últimos tempos da minha vida de eterna estudante). Tudo bem que dá primeira vez eu suruquei ( neologismo? acho que não, o editor de texto não reclamou) o cabelo, ainda bem que posso por a culpa no T.O.C. ( Transtorno Obsessivo Compulsivo), mas depois eu fui gostando dele. autoaceitação, na verdade significar aceitar e amar a Deus, e a sim mesmo, porque ele que nos criou. Salmo 139: 14, 15 e 16 relata que ele nos via ainda informes no ventre das nossas mães e que Ele de modo assombrosamente maravilhoso nos formou. Portanto, ele decidiu quando criou euzinha que teria esse cabelo.
Eu cedi à pressão familiar, dos colegas de trabalho, da igreja não por que nos tempos de Macaé/Rio das Ostras, pulei mais de igreja do que macaco pula de galho em galho, mas, isso é assunto pra outra postagem. 
Mas, eu e minha mana nova sofremos bullyng na igreja, quando tínhamos acho que eu 11 e ela 10 anos, dissemos a nossa mãe que queríamos ir à igreja de cabelo solto igual à mana velha. É a mana velha tinha um cabelo "melhor" que o nosso, e a classificação do cabelo ainda é assim: 1º lugar - cabelo da mana velha; 2º lugar mana nova; 3º lugar - mana do meio, ou seja, eu, e lá fomos nós duas nos sentido lindas e tal, mas o cabelo foi secando e subindo e avolumando. Sério, eu não tenho ódio, mas eu lembro exatamente quem eram as pessoas que riam de nós e nos chamavam de bruxa, juro que sou capaz de saber até que roupa elas estavam usando. sabe como nos sentimos, não é? Um lixo, pelo menos eu, e acabou a tentativa de cabelo solto até eu conhecer a espuma de nylon que deixou meus cabelos quebradiços e  ganhei um corte chitãozinho, já até adivinhou o apelido que ganhei na escola. Existem muitas outras histórias capilares que ficarão para uma próxima.
E como também estou em recessão e assustada da quantidade de cabelo no chão da minha casa,  meu cabelo e eu decidimos que mudar. Ainda não fui para frente do espelho ter aquela conversa de frente com a Iviany. Pode me chamar de maluca, ligo não, já tomei quase todos os psicotrópicos deste mundo. Quando eu tomo uma decisão eu vou pro espelho e falo umas verdades na minha cara, aponto dedo pra mim e me comprometo com os propósitos que faço, é terapêutico, quer experimentar?
Dessa vez eu não cederei as pressões, passarei por essa fase tão difícil metade caracolado/crespo, metade lisa. Nesse mundo de youtube tenho aprendido técnicas, massagens e hidratações que me ajudarão a ter um black power M.A.R.A.V.I.L.H.O.S.O.
 Não vou me preocupar com as opiniões alheias e familiares. Eu permito a você não gostar, criticar e aconselhar. Mas, não aceito falar que eu não posso ter esse cabelo, posso sim, porque a bíblia me garante que posso todas as coisas naquele que me fortalece e parafraseando apostolo Paulo - " tenho aprendido a está contente em toda  e qualquer situação: cabelo com progressiva  ou com cabelo natural.
E como sou uma pessoa de fácil mudança e adaptação se eu olhar no espelho e não me achar linda, sim, eu me acho linda, com exceção nos longos dias de TPM, eu aliso de novo.